quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Poema sobre separação


Do pouco que sobrou
do que era nosso
nestes dias quentes
deixe o ventilador.
Escorredor, perfume
e camisolas
te serão úteis.
Já que nem fica
em casa,
sente o calor
Que vem do sol.
A noite,
se refresca
olhando o céu
através das grades
do seu portão fechado.
A fortaleza,
onde metade das coisas
que eram nossas
Estão jogadas.
Postas sobre o tempo.
Há coisas que
não uso
mesmo.
Há coisas que morreram.
Da morte nunca
se esquece.
A dor pungente,
deixa a gente
sem vontade de usar
algumas delas.
Da vontade de sentar
no sofá,
abrir a geladeira,
olhar no espelho,
abrir a janela.
Só que nada existe mais
lá,
nem aqui,
nem ai.
Só algumas manchas,
incluindo a chesse.
Não quero falar
sobre manchas

Betinho Matuszewski

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