domingo, 11 de janeiro de 2015

Há um bom tempo
não escrevo.
Aliás, há um
bom tempo
não faço
nada.
Exceto, bem,
digamos,
chamar atenção.
Este poema
perfeitamente
poderia se
chamar
"diário de um trouxa"
ou ser apenas
"Um
poema sobre a
época em que
as pessoas
abraçavam
algo além de si
mesmas".
Pensei,
pensei,
é tanta falta de
vontade, que
decidi ser sacana,
não digo ser
patético,
ou nada dessas
coisas de
quem que envolvem
sentimentos.
Não, não
nada disso.
Percebendo a forma
das coisas que
cercam e alimentam
a
vida que temos
aqui,
decidi não falar
tanto.
Mas perguntam.
Decidi não ligar,
mas procuram.
Acho que
agora já era,
seria perder a pele,
ou melhor a
alma.
Mas alma não se
perde
então para não
ser pior,
agora,
neste momento
decido agradecer,
fazer como quer
que se deseje,
como desejar.
(seja la quem for).
A vida?
Não sei....
Lembrei de Van Gogh.

Betinho Matuszewski
O problema,
não é
o álcool.
Nem as drogas.
Nem a nicotina.
A vida é
uma enorme
fábrica
de vícios.
Um sustenta o
outro,
já parou para
pensar?
Compulsão,
hiperatividade,
fissura,
relaxamento
e fissura de
novo.
Afinal
pra que
viver se
não for para
fumar, jogar
video game,
transar bastante,
trabalhar pra
gastar 25% do
salário com
novas garotas,
caminhar d manhã
antes de um dia
difícil,
comprar um
carro grandão
que
fala,
ver novelas
vomitar por causa
da ressaca,
coçar o saco;
trabalhamos
para isso.
Pra gastar,
gastar com o que, merda?
Com suicídio? Fast food?
Bacon?
Bonecos colecionáveis?
Maconha?
Não importa.
O problema não
é o álcool,
muito menos a nicotina
nem o chocolate,
de longe as drogas.
O problema é
o rumo,
o mito de ser
sincero consigo,
O medo do fracasso
é um combustível
fantástico.
O problema não é
a fuga, é
a prisão.
Não é a vontade
de fazer
é a falta de
ter como.
É a falta de
grana,
a falta de
confiança,
a falta de
coragem,
a falta de si
seja com quem
for.
A falta daquilo
que se espera.
Nem que seja
só pelo prazer.
Olha eu aqui,
paradoxo
sustentando todas
essas idéias.
Betinho Matuszewski